Há uma relação direta entre a alimentação do indivíduo e o desenvolvimento do câncer colorretal. Neste texto, abordo quais alimentos influenciam no aumento ou na redução do risco deste que é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre pessoas do sexo masculino.
A dieta habitual pode interferir muito no risco de desenvolver câncer colorretal.
Há evidências convincentes na literatura de que o consumo de determinados alimentos aumentam o risco da doença. Os principais fatores de risco dietéticos (AICR, 2017) são:
- A ingestão de carne processada (aquela defumada, curada, salgada ou com adição de aditivos químicos como nitritos e nitratos);
- O consumo de bebida alcoólica acima de 30g/dia (2 drinks aproximadamente);
- O alto consumo de carne vermelha (50 a 100g/dia).
Por outro lado, o consumo regular de grãos integrais reduz o risco de câncer. Alimentos que contêm naturalmente fibra (como vegetais) ou com adição de fibras dietética (como os enriquecidos com farelos) também estão na lista dos benéficos. Da mesma forma, o consumo de lácteos (leite, queijo, iogurte) e ajuste no consumo de cálcio (dietético e/ou suplementado) provavelmente diminui o risco. O consumo de peixes, vitamina D e alimentos cítricos (fontes de vitamina C) também são investigados como potenciais protetores (AICR, 2017).
Como calcular se a alimentação favorece ou não o desenvolvimento do câncer colorretal.
Vários são os fatores alimentares conhecidos que protegem contra o desenvolvimento de câncer colorretal. Por essa razão, é necessário avaliá-los em conjunto. Muitos estudos fazem tal avaliação calculando o potencial inflamatório da dieta. Resumidamente, neste método, as escolhas alimentares são individualmente pontuadas e geram um escore total: o Índice Inflamatório Dietético (IID).
Em síntese, a meta-análise conduzida por Shivappa et al em 2017 chegou a uma conclusão. De acordo com o estudo, ocorre um aumento de 40% no risco de desenvolver câncer colorretal em indivíduos com grande consumo de alimentos inflamatórios. Tal aumento se dá quando comparado com IID das pessoas com hábito alimentar contendo poucos alimentos inflamatórios (menor escore).
Em outras palavras, para manter uma dieta com baixo escore inflamatório, é preciso manter consumo regular e em quantidades adequadas de diversos nutrientes. São eles: fibra, álcool, gordura monoinsaturada, gordura poli-insaturada, ômega-3, ômega-6, niacina, riboflavina, vitamina B6, vitamina B12, zinco, magnésio, selênio, vitamina A, vitamina D, vitamina E, ácido fólico, beta caroteno, antocianinas, cebola, açafrão, alecrim, tomilho, orégano, cafeína e chá.
Da mesma forma, o estudo concluiu que cada escore aumentado no índice inflamatório da dieta representa aumento de 7% na incidência de câncer.
Vamos prevenir? Vamos fazer nossa parte para evitar o câncer colorretal?
Por tudo isso, procure um nutricionista. Ele vai lhe auxiliar a ajustar o consumo rotineiro de alimentos saudáveis e anti-inflamatórios às suas necessidades individuais.
Não acredite em falsas informações! O consumo de dieta saudável protege mais contra câncer colorretal do que a ingestão de suplementos ou vitaminas específicas.
Referências:
Nutrients. 2019; 11(1): 164. Doi: 10.3390/nu11010164
Nutrients. 2017; 9:1043. Doi: 10.3390/nu9091043.
AICR. COLORECTAL CANCER REPORT 2017. ISBN:9781912259007